Role da mulher na obra de Cruz E Sousa
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O role da mulher é central na poética de Cruz e Sousa. A construção da imagem da mulher branca se contrapõe à da mulher negra. Por exemplo, no poema Roma Pagã, do livro Sonetos Reunidos, o ambiente da mulher é o saturnal domínio de Baco. Ela está nua e seu corpo é de alabastro, como as esculturas gregas. A brancura do mármore está unida à luxúria da “nudez feminina imperiosa e quente” ( v. 4). Mas essa brancura transforma-se pois o desejo matiza a pele da mulher com um “doce tom de cor, esplêndido e sanguíneo” ( v. 7); assim, o cor vermelho, melhor dito, as tonalidades do vermelho, descrevem à mulher sensual. A relação com o vermelho vem também da luz: no verso 9, frocos de oiro e rosa atravessam a ebúrnea pele dela. Dito de outra maneira, a pele branca dela tem tons vermelhos e tinha sido atravessada por frocos vermelhos de luz. Isto significa que a sensualidade sai dela ao seu exterior e que entra nela pela luz porquanto a sensualidade é carnalmente humana, mas também é luminosamente espiritual.

A espiritualidade, porém, não é ascética. No ultimo terceto há uma reafirmação do carácter báquico da mulher pagã: mais frequente do que a nudez romana era não só o borbulhamento da sangue e do vinho mas também a forma de fervida espadana desse bulhir . Sangue, vinho e a forma fálica da espadana fervida. O cor vermelho está cá associado com os dois líquidos , a sangue da vida e o vinho da embriaguez, e ambos com o erotismo do personagem feminino.

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